ATA DA OCTOGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 29-9-2010.

 


Aos vinte e nove dias do mês de setembro do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e seis minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, Ismael Heinen, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Luiz Braz, Nelcir Tessaro, Nilo Santos e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Beto Moesch, Dr. Thiago Duarte, Fernanda Melchionna, João Bosco Vaz, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques e Sofia Cavedon. À MESA, foram encaminhados: pela Mesa Diretora, o Projeto de Resolução nº 030/10 (Processo nº 3500/10); pela vereadora Sofia Cavedon, o Projeto de Lei do Legislativo nº 149/10 e o Projeto de Resolução nº 027/10 (Processos nos 3072 e 3381/10, respectivamente); e pelo vereador Paulo Marques, o Projeto de Lei do Legislativo nº 107/10 (Processo nº 2461/10). Do EXPEDIENTE, constaram os Comunicados nos 73179, 73180, 73181, 73182, 73183, 73184, 73185, 73186, 73187, 73188, 73189 e 73190/10, do senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Durante a Sessão, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Septuagésima Nona e Octogésima Sessões Ordinárias e da Trigésima, Trigésima Primeira, Trigésima Segunda, Trigésima Terceira, Trigésima Quarta e Trigésima Quinta Sessões Solenes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Dr. Raul. A seguir, foi constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 026/10; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/10, discutido pelos vereadores Engenheiro Comassetto, Ismael Heinen, João Antonio Dib, e o Projeto de Lei do Legislativo nº 163/10, discutido pelo vereador Dr. Thiago Duarte. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Beto Moesch, Paulinho Rubem Berta, Dr. Thiago Duarte, DJ Cassiá e Adeli Sell e a vereadora Fernanda Melchionna. Na oportunidade, o senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca dos trabalhos da presente Sessão e da possibilidade de realização de Sessão Extraordinária no dia de hoje, tendo-se manifestado a respeito os vereadores Dr. Thiago Duarte e DJ Cassiá. Ainda, o vereador Dr. Thiago Duarte manifestou-se acerca do pronunciamento da vereadora Fernanda Melchionna em Comunicação de Líder. Durante a Sessão, foi registrada a presença da vereadora Veridiana Tonini, da Câmara Municipal de Guaporé – RS. Às quinze horas e dezesseis minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro, Mario Manfro e Bernardino Vendruscolo e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação as Atas disponíveis nas Pastas Públicas do correio eletrônico: Atas das Sessões 79ª Sessão Ordinária, 80ª Sessão Ordinária, 30ª Sessão Solene, 31ª Sessão Solene, 32ª Sessão Solene, 33ª Sessão Solene, 34ª Sessão Solene e 35ª Sessão Solene. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.

O Ver. Dr. Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu acredito este é um momento importante na Casa, temos que nos posicionar sobre o primeiro Projeto que está na Ordem do Dia, o que trata do abono aos médicos municipários e municipalizados. O Projeto vem sendo construído há mais de ano, trata-se, na realidade, de um pequeno abono, conquistado depois de muitas reuniões, de muita conversa, de muito diálogo, e hoje é o dia de aprová-lo nesta Casa. Ele é, simplesmente, uma forma de o Município dizer que está interessado, que está querendo fazer o plano de carreira. O Projeto é para a classe médica mas, com certeza, será estudado para o SUS como um todo ou para todos os profissionais que atendem à Saúde na cidade de Porto Alegre.

Então, esperamos abrir a Ordem do Dia, esperamos que haja um número suficiente de colegas para o quórum, a fim de fazermos o enfrentamento. Na realidade, não deveria ser um enfrentamento, mas uma unanimidade, um reconhecimento da Cidade em relação aos pequenos salários que os médicos recebem. Vejam a dificuldade que existe no sistema público de saúde para se conseguir especialistas, para se conseguir profissionais capacitados, e quem sofre com isso não são os médicos, quem sofre é a comunidade, muito especialmente a comunidade mais pobre da nossa Cidade, aquela que é atendida pelos Programas de Saúde da Família - PSFs - ou pelas UBS - Unidade Básica de Saúde. As comunidades deveriam estar sendo atendidas pelas UPAs, há mais de ano deveríamos ter as Unidades de Pronto Atendimento 24 horas na cidade de Porto Alegre, isso também está sendo prorrogado. Com a discussão entre Estado, Município e Federação, a burocracia chega a um limite insustentável para a comunidade. É muito bonito defender que todos devam participar do SUS, mas na prática isso atrasa importantes decisões que favorecem o bom atendimento na cidade de Porto Alegre.

Por isso acho importante que os nossos nobres Vereadores, nobres colegas que estão em seus gabinetes, possam imediatamente estar aqui neste plenário para abrirmos a Ordem do Dia, para decidirmos e enfrentarmos a matéria, resolvendo essa questão. Acredito que esse abono é um indicativo positivo não apenas para os médicos, mas para todo o funcionalismo da área da Saúde da nossa Cidade. A partir de agora, vamos discutir e fazer isso de uma maneira mais ampla, para levarmos isso a todos aqueles que também merecem, aqueles que estão lá na ponta atendendo e que são profissionais da Saúde; que esse abono possa ser estendido a eles.

Esta proposta de agora vem sendo construída há quase um ano. E este é o momento de ratificarmos, de carimbarmos, de fazermos o nosso trabalho aqui enquanto Vereadores, enquanto defensores da Saúde Pública, pois queremos que Porto Alegre tenha um sistema público de saúde mais qualificado, com maior resolutividade. É importante para a classe médica que os meus colegas estejam aqui a fim de que tenhamos quórum para abrir a Ordem do Dia e enfrentarmos, de imediato, a matéria. Eu acredito que não vamos ter problemas, os colegas se farão presentes aqui, acredito que não haverá problema maior na votação e que enfrentaremos essa matéria. Muito obrigado. Saúde para todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Solicito a abertura do painel eletrônico para entrarmos na Ordem do Dia. (Pausa.) (Após a verificação de quórum.) Estão presentes dezesseis Vereadores. Não há quórum para a Ordem do Dia.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3380/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 026/10, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que concede a Comenda Porto do Sol à professora Andréa Portela de Azambuja.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3335/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 163/10, de autoria do Ver. Mario Manfro, que concede o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao doutor Joaquim Guilherme Vilanova Cerveira.

 

PROC. Nº 3383/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 008/10, que altera limites de Subunidades, de Unidades de Estruturação Urbana (UEU) e de Macrozonas (MZs), cria Subunidades, institui como Áreas Especiais de Interesse Social – AEIS I e III – no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999) as áreas correspondentes aos empreendimentos aprovados no Programa Minha Casa, Minha Vida, da Caixa Econômica Federal (CEF), e aos novos empreendimentos destinados à produção habitacional, que atenda à Demanda Habitacional Prioritária (DHP), definido no § 3º do art. 22 da Lei Complementar nº 434, de 1999.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, quero debater aqui o Projeto de autoria do Executivo que propõe criar no Município de Porto Alegre um conjunto de áreas declarando-as Áreas Especiais de Interesse Social - AEIS. São 42 áreas disponíveis no Município de Porto Alegre. A proposta é de seja mudado o regime no Plano Diretor para que elas sejam utilizadas no Município de Porto Alegre para o Programa Minha Casa, Minha Vida, política do Governo Federal, objetivando a construção de habitações para quem precisa. Nesse Projeto é apresentada uma orientação, uma diretriz, para que no mínimo 20% dessas 42 áreas sejam destinadas exclusivamente para a população que recebe de zero a três salários mínimos. Estive fazendo uma leitura da lei, Ver. João Antonio Dib, avaliando e observei que elas estão distribuídas por toda a Cidade, e a Região Sul de Porto Alegre apresenta uma demanda bastante efetiva no sentido de que essas áreas sejam transformadas em Áreas Especiais de Interesse Social.

Agora, eu quero trazer aqui um debate aos colegas, um alerta ao Poder Público Municipal: nós estamos expandindo os projetos habitacionais, que é uma necessidade, porém os serviços públicos têm que crescer na mesma proporção. Por exemplo, o transporte público para as Regiões Sul, Extremo Sul e Norte de Porto Alegre está um caos, há superlotação dos ônibus e falta de cumprimento dos horários. Nós tínhamos construído uma agenda na EPTC com o ex-Secretário Botin, algo que estava avançando “muito bem, obrigado”, mas essa agenda foi paralisada, inclusive com o anúncio público do Sr. Prefeito Municipal, através do então Secretário Municipal Botin, quanto à implantação de lotações para a Região Sul - Restinga, Belém Novo, Lageado, Lami, Ponta Grossa e regiões da Hípica -, que é a única região da Cidade que não tem esse serviço público. É uma discriminação com toda aquela região, uma discriminação quanto à estrutura física da cidade de Porto Alegre: por que somente essas regiões não têm transporte público de lotação? Essa resposta tem que ser dada, e nós não podemos aqui nos submeter à pressão de nenhum segmento, porque o Poder Público deve garantir os serviços para toda a Cidade, e aquela região - Sul e Extremo Sul - é a que mais cresce em termos populacionais em Porto Alegre. Lá há vazios de serviços de saúde, vazios quanto ao Ensino Fundamental, vazios de emprego, é a região que tem o maior número de analfabetos em Porto Alegre, é a região que tem o maior número de mães que coordenam casas.

Portanto, este Projeto é bem-vindo, a fim de gravarmos essas 42 áreas para o Programa Minha Casa, Minha Vida. A Bancada do Partido dos Trabalhadores já se posiciona aqui favoravelmente a esse Projeto, porém temos que esgotar essa pauta, essa agenda, para que, com o crescimento habitacional, Ver. DJ Cassiá, venham os equipamentos públicos para garantir qualidade de vida nos serviços sociais, na infraestrutura do trabalho e na infraestrutura do deslocamento urbano da cidade de Porto Alegre. Nesse sentido trago esse comentário a respeito do Projeto, até porque a Caixa Econômica Federal tem recurso para a habitação; precisa-se é de projeto. Inclusive, esse Projeto das AEIS já está vindo tarde, deveria ter vindo junto com a Revisão do Plano Diretor. Um grande abraço, muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Comunicamos a presença da Vereadora Veridiana Tonini, do PT de Guaporé. Seja bem-vinda a esta Casa.

O Ver. Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo; nobres colegas Vereadores e Vereadoras, público que nos visita, quero dar um detalhe da Lei Complementar do Executivo sobre a habitação em Porto Alegre. Neste curto período em que tive oportunidade de assumir na Câmara como Suplente, no lugar do Ver. Reginaldo Pujol, eu vi passarem algumas Emendas deste Projeto do Executivo alterando leis já em vigor. O que me preocupa muito, porque tive a percepção de que se encaminha uma eliminação de equipamentos públicos para locais de moradia de baixa renda. Do meu ponto de vista, essa retirada é muito prejudicial sob todos os aspectos. Com o Projeto eu fiquei pasmo, pois estaria obrigando a Prefeitura a abrir mão dos equipamentos públicos em locais que se situam residências de baixa renda, se não me engano, que ganham até três salários mínimos. Isso implica uma verdadeira exclusão social daqueles que hoje estão menos favorecidos no mercado de trabalho. No momento em que se permite edificação de conjuntos e otimização de custos, com a eliminação de praças, com a eliminação de equipamentos públicos, temos uma verdadeira exclusão social das infraestruturas do nosso Município. Isso é desastroso, e temos visto acontecer de forma iminente, Ver. DJ, não vejo nada mais do que uma favelização da nossa Cidade. Muito pelo contrário, é nessas construções de baixa renda que precisa o Poder Público fazer praças condizentes para que, futuramente, nesses locais que recebem investimento público, possa haver inserção social, para que esteja à altura do povo de Porto Alegre.

Então, o apelo que deixo aqui é para que não cometam esse erro, não deixem que áreas de Porto Alegre sejam deterioradas pelo poder financeiro. Hoje é tão decantado pelo nosso Poder Central que não falta dinheiro, que não falta nada, mas querem diminuir os gastos à custa da privação de uma parcela do povo de Porto Alegre, de crianças, de jovens, de idosos, com a eliminação de praças públicas e de outros equipamentos. É muito pelo contrário, essas áreas têm de existir - um local onde a comunidade possa se reunir, estendendo a toda aquela população um bem-estar condizente com o ser humano. Eu aproveito a oportunidade para falar nesse assunto porque amanhã estarei entregando a minha cadeira novamente ao seu titular, ao nosso Ver. Reginaldo Pujol, mas deixo esse apelo aos nobres colegas, porque, quando reduzimos o verde oficial da Cidade, alteramos e muito a nossa qualidade de vida. Eu sei que o Projeto existe, ele passou, mas nós não podemos, de maneira nenhuma, sacrificar aquilo que é mais elementar na Cidade. que são as praças e os equipamentos públicos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente Bernardino Vendruscolo, eu subo a esta tribuna para discutir um dos projetos em Pauta, porque é isso que, regimentalmente, eu posso fazer. Em 2ª Sessão de Pauta, nós temos três Projetos: Projeto de Lei do Executivo sobre uma unidade urbana, Projeto que concede a Comenda Porto do Sol a uma professora e o Projeto que eu quero discutir aqui exatamente para dar um tempo e tentar sensibilizar os meus colegas Vereadores para que deem presença aqui no Plenário: Projeto que concede Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre a um médico. Se a coisa continuar assim, vai ser difícil dar Título de Cidadão Honorário a médico do Município! É isso que eu quero dizer... Cada vez vai ser mais difícil isso.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Vereador, peço um minuto de atenção ao Plenário; o seu tempo está assegurado, Vereador. Quero pedir que colaborem para que o orador possa terminar o seu pronunciamento. Tenha a bondade, Vereador.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Tomara que os nossos colegas da Saúde que estão aqui não sejam favoráveis à privatização da Saúde! Tomara que não sejam! Porque o que tem ocorrido no Município, de alguns anos para cá, é que os médicos têm se demitido do Município, os outros profissionais também, mas principalmente os médicos. Hoje um médico ganha menos do que um açougueiro do Zaffari. Eu fiz essa pesquisa nessa semana: um médico ganha menos do que um açougueiro do Zaffari, pasmem, senhoras e senhores! Como temos colocado e exposto em todos os fóruns dos quais participamos, somos a favor do serviço público com servidores públicos mas para isso precisamos ter servidores públicos bem remunerados. O abono não melhora drasticamente o salário desses servidores públicos, mas faz um ajuste.

Hoje pela manhã participei, na frente do Hospital Presidente Vargas, de uma mobilização dos servidores da Fugast, trabalhadores que prestam serviços e labutam nos hospitais há mais de quinze anos e que estão sendo demitidos. Quero dizer que tenho acompanhado demissões, por posições ideológicas, de colegas médicos que já foram, inclusive, laureados no Hospital Conceição. E quero dizer que sou parceiro em relação a este Projeto, assim como serei parceiro de vocês quando vierem para cá projetos de abono aos enfermeiros, técnicos de enfermagem, motoristas. Seremos parceiros, mas agora é fundamental votarmos o Projeto de abono dos médicos, para podermos dar Título de Cidadão Honorário para médicos do Município. Eu acho que toda a briga é justa, toda a batalha tem que ser realizada, mas é fundamental que votemos esse abono.

Vou dar um dado para o telespectador que está em casa e que me ouve com atenção: na região da Restinga/Extremo Sul, vinte e cinco médicos entraram por concurso público nos últimos três anos, e, desses vinte e cinco médicos, hoje só trabalham lá dez médicos, os outros quinze se exoneraram, e há mais três médicos que estão prestes a se exonerar. O prazo de inscrição do concurso, que era de dez dias, foi prorrogado por quinze dias e está sendo prorrogado novamente por mais quinze dias, e isso por falta de inscrições de médicos. Então, população de Porto Alegre, acompanhe direitinho quem é que não está votando nesta situação. Essas pessoas são responsáveis...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Antes de passar a palavra ao Ver. João Antonio Dib, que está inscrito para discutir a Pauta, quero aproveitar a oportunidade, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, para dizer que, no período de Pauta, nós discutimos o assunto que está em Pauta. Nós não podemos fugir do assunto. Eu sei que V. Exª não precisaria desse alerta, eu não estou me dirigindo a Vossa Excelência, Ver. João Antonio Dib, eu só estou fazendo um alerta geral, para que a gente possa se organizar melhor aqui na condução dos trabalhos. Obrigado.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo; eu o cumprimento por chamar atenção para o fato de que na Pauta se discute a Pauta. Eu realmente quero falar sobre o Projeto de Lei do Executivo que institui Áreas de Interesse Social, tudo com uma única preocupação: o Programa Minha Casa, Minha Vida. E já há na Casa, nas Comissões, outro Projeto tratando do Programa Minha Casa, Minha Vida, procurando dar condições para que esse Programa se torne um sonho realizado. Na verdade, o Governo Federal faz muita publicidade em cima do Minha Casa, Minha Vida, mas ele não vai entrar com nada. Os Municípios é que pagarão a conta, os Municípios é que obterão financiamento e pagarão juros sobre esse financiamento. Portanto, a preocupação do Programa Minha Casa, Minha Vida se dá, na realidade, com os Municípios.

Eu também tenho uma preocupação, Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, uma preocupação muito grande. Durante muitos anos, desde 1999, eu venho insistindo para que seja restabelecida a Zona Rural de Porto Alegre. Foi um crime que se cometeu contra a Cidade e contra a Lei Orgânica, que eu sempre quero respeitar. Eu jurei que respeitaria a Lei Orgânica, e ninguém vai me dizer que eu desrespeitei a Lei Orgânica em qualquer momento. Acho que juramento é para ser cumprido, não é para outra coisa. A Lei Orgânica é clara, precisa e concisa quando diz que o Plano Diretor definirá área rural. E essas Áreas de Interesse Social agora propostas pelo Executivo atingirão áreas que hoje são rurais. Por isso coloco aqui a minha preocupação se, de repente, não seria mais interessante fazer alguns edifícios, como aconteceu em São Paulo, em zonas definidas, claras, que não viessem a prejudicar mais ainda a Zona Rural. É um alerta que eu faço aqui, para que a Secretaria de Planejamento do Município, a quem eu vou levar a minha preocupação, podem V. Exas ter certeza disso, cuide para que a Cidade continue tendo, como teve até 1999, uma área rural definida. Fizeram a área rururbana, porque queriam cobrar IPTU na área rural e, depois, descobriram que não dava para cobrar o IPTU; depois descobriram que tinham que fazer uma lei tornando sem efeito aqueles lançamentos de IPTU. Agora nós estamos aqui com um Projeto que pode trazer, no meu entendimento, alguma coisa que venha a prejudicar mais ainda a área rural de Porto Alegre, que é um orgulho para todos nós porto-alegrenses. Temos uns pêssegos maravilhosos...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu tenho a impressão de que ninguém está brabo com a área rural aí, porque eu estou ouvindo gritos que não me parecem que sejam muito corretos. De qualquer forma, eu não tenho nada contra a liberdade dos outros, mas liberdade significa respeito aos demais também.

É isso, Sr. Presidente, a minha preocupação está registrada, e a consciência que o povo precisa ter é que quem faz o Programa Minha Casa, Minha Vida não é o Governo Federal; é, sim, o Município e só Município, com recursos financiados e com juros. Poderiam ser sem juros; a longo prazo e sem juros! Não, é com juros, nós vamos pagar juros, sim. E quem comprar vai pagar. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Comunico que, enquanto houver este clima nas galerias, não há condições de darmos prosseguimento à Sessão. A título... Só um pouquinho, por favor! A título de informação, não há como votar enquanto não houver quórum. E não temos quórum suficiente.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Se houver quórum suficiente e for o desejo da maioria dos Vereadores - eu espero que, democraticamente, isso seja respeitado, assim como nós respeitamos qualquer manifestação, desde que seja ordeira e de uma forma que dê condições para que se prossiga com os trabalhos -, esta matéria vai ser votada.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Eu queria esclarecer que, se nós tivéssemos a presença dos vinte e cinco Vereadores que registraram presença, certamente teríamos quórum.

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. DJ CASSIÁ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, precisa-se de dezenove Vereadores para votar, para serem aprovados os Projetos, se tivermos dezenove Vereadores em plenário, temos condições de chamar uma Sessão Extraordinária para continuar a votação das matérias?

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Nesse caso, nós reuniremos as Lideranças e, se houver consenso, abriremos uma Sessão Extraordinária.

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em tempo de Liderança do Partido Progressista, nós gostaríamos de dizer que estamos aproveitando o debate para ver se conseguimos quórum para votar as matérias. É importante que os Vereadores e as pessoas presentes neste plenário continuem mobilizados para ver se conseguimos o quórum necessário. No momento não há quórum. Se pararmos os debates, aí mesmo é que não haverá quórum, porque a Sessão terá que ser encerrada.

Gostaria de trazer uma matéria que diz respeito diretamente à questão da Saúde. Ver. Dr. Thiago, nós conversamos muito sobre a prevenção e promoção da saúde, sobre políticas de Saúde e não políticas apenas para curar o doente. Depois de vinte anos tramitando no Congresso Nacional, conseguimos aprovar, não como gostaríamos, mas já é um grande avanço, a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para quem não sabe, em termos de gestão de resíduos sólidos, o Brasil estava muito atrasado no que diz respeito às Normativas e, principalmente, no que diz respeito, Sr. Presidente, à Lei Complementar e à Lei Ordinária. Tínhamos apenas, Ver. José Ismael, Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente. E uma das maiores chagas sociais do País, um dos maiores problemas em termos de Saúde Pública provém da falta de saneamento básico e da má gestão e destinação dos resíduos sólidos gerados. Agora, com a nova lei, todos os Municípios deverão, a partir de 2011, fazer coleta seletiva de resíduos, o que Porto Alegre já faz desde 1990. Em Porto Alegre, apenas 30% das pessoas separam os resíduos, mesmo assim Porto Alegre e Curitiba, por incrível que pareça, são exemplos em termos de Brasil em gestão de resíduos domiciliares.

Muitos que estão aqui sabem que, em termos de resíduos hospitalares, desde 2005, num trabalho conjunto do Estado, do Município e dos hospitais, com os servidores, estamos dando exemplos de destinação correta desses resíduos. E essa lei nacional passa a disciplinar todo o Brasil. O principal avanço vem com relação ao ciclo dos resíduos da construção civil, nós aprovamos um plano somente agora em março, mas o País é um retrato de caliças em todas as partes. Também há a chamada logística reversa, essa, sim, de fundamental importância no que diz respeito diretamente à saúde das pessoas, tratando dos resíduos chamados tecnológicos: a pilha, a bateria, a lâmpada fluorescente, o computador. Esses produtos só vão poder ser colocados no mercado com a garantia do fabricante de receber de volta e reciclar, o que já é feito com os pneus e o que já é feito, na sequência, no ciclo, com os produtos previstos no Código do Consumidor, ou seja, pode-se agora devolver o produto para quem vendeu, e quem vendeu pode devolver para quem fabricou. Quem fabrica dez pilhas, por exemplo, terá que provar que está reciclando o mesmo número de pilhas, depois, no seu ciclo final. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos assistem pela TVCâmara e demais pessoas, venho a esta tribuna, primeiro, para ganhar um certo tempo; segundo, para parabenizar o nosso Vereador e hoje Secretário Garcia, da SMAM, pela reforma implantada pela Prefeitura e por sua Secretaria lá no Parque Chico Mendes. Ver. DJ Cassiá, o Secretário Garcia, da SMAM, fez uma reforma no Parque Chico Mendes no valor de setecentos mil reais. Estou surpreso, contente, feliz, porque estão colocando naquela área churrasqueiras, bancos para as pessoas. Estão entregando novamente o Parque Chico Mendes para as seguintes comunidades: Leopoldina, Rubem Berta, Safira, Mário Quintana, Tarso Dutra, Passo das Pedras, enfim, todos vão poder usufruir novamente o Parque, que, por muito tempo, esteve atirado e abandonado.

Ao mesmo tempo, gostaria muito de pedir que o Secretário ultrapasse as fronteiras da Av. Martin Félix Berta e dê um pulinho mais adiante: temos quarenta mil metros de área no bairro Rubem Berta; as telas estão todas rasgadas, apodrecidas; as crianças não têm condições de usufruir o campo de futebol. Se houver uma reforma como a que está sendo feita no Parque Chico Mendes, se forem usados 5% do que foi gasto lá no campo do Rubem Berta, nós soltaremos foguetes naquela área. Não temos vestiário, não temos tela, não temos grama, não temos nada naquele campo! Só há duas goleiras, que foram colocadas há mais de vinte anos; ninguém pode usufruir aquele campo, uma área imensa de futebol, com asfalto na volta, tudo; mas falta muito lá! Eu queria fazer um apelo aqui ao Secretário Municipal do Meio Ambiente, Professor Garcia, para que invista um pouquinho lá. Somos mais carentes, precisamos também. Invista lá um pouquinho, mande um pouquinho de recursos para lá; não temos uma quadrinha, não temos nada! São quarenta mil pessoas que precisam de um lugar para lazer. Isso vai ajudar, Vereador! Eu quero lhe dizer que, hoje pela manhã, na Rua Wenceslau Fontoura, um comerciante chamado Odair estava tomando chimarrão em frente ao seu comércio quando levou dois tiros! Um pequeno comerciante! A falta de lazer, muitas vezes, acarreta isso também. Sem ter uma vida social na comunidade, uma vida de lazer, muitas vezes essa meninada coloca um revólver na cintura e acaba matando um comerciante. Eu venho aqui fazer este apelo ao Secretário Professor Garcia!

Na semana que vem, após as eleições, voltaremos com algumas coisas sobre a Saúde. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Manfro): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Ver. Mario Manfro, na presidência dos trabalhos; ilustres colegas Vereadores, hoje venho à tribuna...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Presidente, eu peço respeito! Solicito respeito, mais de seis mil e cem pessoas votaram em mim! Não se pode atacar a honra das pessoas deste jeito! Eu quero dizer que esta é uma Casa democrática. E tem que ser democrática quando nós nos manifestamos, porque a nossa opinião contempla a maioria ou contempla aqueles que nós representamos. Temos que aprender a ouvir quando o Parlamentar vem a esta tribuna, quando vem colocar suas opiniões, pois ele representa uma facção, um grupo da sociedade.

Realmente eu não entendo! Eu não entendo! O Projeto veio para cá há dois meses - o Projeto de abono aos médicos. Acho que não é nenhum Projeto avultante: ele dá um abono de quinhentos reais para os médicos, é um Projeto que possibilita que os médicos do Município não se demitam, permite...

 

(Manifestações nas galerias. Vaias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Por gentileza, temos um orador na tribuna!

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: É um Projeto que permite que o concurso público seja efetivado no Município com um número suficiente de médicos, é um Projeto que permite que possamos avançar, logo em seguida, com as outras categorias, mas ele não está sendo votado. Não está sendo votado! Então, é importante, é fundamental que o votemos, porque, senão, as pessoas não vão ter médicos para atender! Vocês, que vêm da Restinga, do Extremo Sul, da Cidade inteira, não vão ter médicos! Eles estão se exonerando do Município, estão indo embora! Eles estão indo embora! E quero dizer mais!

Eu quero dizer mais: só na nossa região - a região onde trabalho há doze anos -, só naquela região nós temos três médicos que estão se demitindo esta semana. Cito-os: Dr. Leonardo, Drª Lesley e Dr. Marcelo. Três médicos! Eles certamente vão fazer falta! Eu quero saber se, depois, esses meus colegas que não votaram vão vir para esta tribuna falar de Saúde! Eu quero ver se vão ter a cara de pau de vir a esta tribuna falar de Saúde...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Esse abono não é para os médicos, não é para os sindicatos, não é para os trabalhadores, é um abono para Cidade!

 

(Manifestação das galerias.)

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Se não houver esse abono, a lógica de privatização do serviço público vai continuar, e aí os senhores, que estão me vaiando, virão aqui dizer: “Nós queremos médicos!” Quantos reumatologistas há no Município? Quantos anestesistas há no Município? Reumatologistas nem há mais!

 

(Manifestação das galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Por gentileza, assim fica inviável continuarmos a discussão. Por gentileza, Dr. Thiago. (Pausa.) Eu peço a compreensão do pessoal das galerias. As manifestações democráticas são bem-vindas...

 

(Manifestação das galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Eu peço silêncio para que o Vereador possa continuar a sua manifestação!

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Concluo a minha manifestação dizendo que é muito importante o que foi colocado: domingo haverá eleição, e é importante escolhermos direitinho aquelas pessoas em quem vamos votar.

 

(Manifestação das galerias.)

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Eu não sou candidato, mas que o eleitor preste atenção em quem vota a favor da Cidade e em quem não vota com a Cidade; em quem vem aqui fazer discurso da Saúde e não aparece para votar no dia de votação para a Saúde!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, servidores da área da Saúde.

 

(Manifestação das galerias.)

 

O SR. DJ CASSIÁ: Presidente, por gentileza, assegure o meu tempo, fica difícil, não tenho como me concentrar.

Este Vereador chega ao plenário dez minutos para as duas horas e só sai quando termina a Sessão e presto atenção em todos. Então, peço a colaboração do pessoal nas galerias. (Palmas.) Não quero entrar no tema da Saúde, mas quero dizer uma coisa: o que tinha que ser discutindo aqui é uma coisa para todos, para todo mundo! Os médicos têm direito, sim; eles têm direito! Os servidores têm direito, sim! O correto, o certo, o justo seria - nem digo discutir - aprovarmos, de olhos fechados, o Projeto.

Eu quero aqui lamentar não termos quórum para a votação de Projetos importantes. Todos os Projetos que tramitam nesta Casa fazem bem para a Cidade, fazem bem para nós. E vou falar especificamente de um Projeto. O Ver. Adeli e eu somos parceiros num Projeto que não é meu, não é do Ver. Adeli; é baseado num pedido da comunidade da Vila Bom Jesus: é a Semana da Bom Jesus. Lamento não termos quórum para a votação desse Projeto no dia de hoje, mas tenho a certeza, a convicção de que esta Casa vai o aprovar, porque chega de promessas! Já chega a promessa que aquela comunidade recebeu da tal Praça da Juventude; passou-se mais de um ano, Ver. Adeli, e nada foi feito: o Governo Municipal empurra para o Federal, o Federal empurra para o Municipal, e quem fica pagando a conta é a comunidade! O Projeto Semana da Bom Jesus não vem para beneficiar A, B ou C; é um Projeto de toda a comunidade, e quero dar os parabéns para a comunidade, aqui estão as lideranças culturais. O bom lá na Vila Bom Jesus é que as pessoas que estão aqui não têm bandeira política; a bandeira deles é a comunidade. Lá há vários Partidos assentados, lutando pela comunidade, mas não há bandeira política! (Palmas.)

Então, quero dar aqui os parabéns para vocês, porque vocês são os guerreiros dentro daquela comunidade, quem organiza a cultura lá dentro sem a ajuda de nenhum Governo. Vocês se mobilizam no Dia da Criança, no Natal, no Ano-Novo; são vocês que fazem a cultura lá, que investem na cultura. Só subi nesta tribuna para lhes dar os parabéns e agradecer às Comissões desta Casa que aprovaram o Projeto Semana da Bom Jesus. Quero, em nome da comunidade, agradecer a todos os Vereadores. Esse é um Projeto de vocês, do qual todos os Vereadores participaram: isto aqui não é lei de um só, os 36 Vereadores trabalham juntos e os 36 aprovam! Ninguém é pai da criança sozinho. Deixo um abraço à comunidade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente Mario Manfro, minhas senhoras e meus senhores, colegas Vereadoras e Vereadores, da mesma forma que o Ver. DJ Cássia, estou comprometido com a comunidade da Bom Jesus, comunidade que tem tremendas necessidades, e nós vamos honrar, DJ Cassiá, os nossos compromissos. Não queremos colocar a Semana da Bom Jesus apenas como mais um evento da Cidade; não, é que a Bom Jesus necessita de muitas coisas. Está em processo de andamento, por meio da Cooperativa Habitacional - já temos o Estudo de Viabilidade Urbana -, as edificações na Vila Pinto. Esse é o progresso, esse é o desenvolvimento, essa é a nossa ação, nós falamos - a Dona Marli e o grupo esteve lá - com o Ministro das Cidades.

Há algumas coisas encruadas não só na Bom Jesus, também na Praça México, porque o dinheiro veio, está na Caixa Econômica. Agora nós temos um problema, Ver. João Dib, com alguns burocratas da Prefeitura, porque a Praça México foi pura responsabilidade de um Secretário que, graças a Deus, já não está mais aí, foi embora. Agora está trancada na SMAM. Digam-me o seguinte: o que não tranca na SMAM?! Eu ia dizer que pediria cabeças, etc. e tal, mas acho isso muito chulo. Vou dizer o seguinte: Professor Garcia, devolva o cargo de Secretário ao Prefeito Fortunati, manda o Furtado de volta para Brasília, de onde ele nunca deveria ter saído - o lugar dele não é em Porto Alegre -, ele é persona non grata aqui, ele tranca tudo! Eu estou atendendo a três grupos de pessoas ali no gabinete, e todos eles têm problemas com a SMAM, todos os três. Entro num posto de gasolina e descubro que há problema com a SMAM; aí, se o cara quer fazer tudo direitinho, enfrenta também problema com a SMAM. Então, Ver. DJ Cassiá, essa “trancação” burocrática da SMAM não dá!

Por isso é que nós temos de aprovar aqui a Semana da Bom Jesus, nós temos de tratar essa comunidade como ela deve ser tratada e como todas as comunidades de Porto Alegre devem ser tratadas: com água, esgoto, luz, segurança! Inclusive, o grande problema aqui é a Saúde Pública. Da Saúde, Segurança e Educação todo mundo fala em campanha eleitoral, mas, quando tem que resolver o problema da Saúde, as coisas ficam muito complicadas. Nós, que estamos aqui exatamente para discutir, decidir, encaminhar, não escondemos nossas posições. Sempre digo aos meus amigos médicos que nós queremos o melhor salário. Não sei se os médicos concordam em discutir isto com o Argollo, mas deveria ter Difícil Acesso, porque para trabalhar no Canta Galo é difícil, é muito difícil; trabalhar lá na Vila Recanto do Sabiá é muito difícil. Recanto do Sabiá, como se o nome resolvesse alguma coisa, porque é um lixão! Não é isso, Verª Sofia Cavedon? Então, temos que resolver o problema. Quero dizer que a questão é a observância de contrato, observância de horário, atendimento e salário decente. Vamos fazer uma reforma, fazer um plano de carreira de A a Z para todo o funcionalismo público e resolver esse problema! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, cumprimento os meus colegas e amigos municipários e municipárias de todas as áreas, os companheiros da comunidade que hoje vieram lutar pela Saúde aqui. Quero dizer duas coisas com toda a autoridade política de quem esteve na luta contra a retirada da insalubridade no Pronto Socorro, de quem esteve na luta pelos postos de saúde da nossa Capital, de quem esteve na luta pela CPI da Saúde, quando foram desviados dez milhões de reais aqui da nossa Cidade: é evidente a necessidade de um plano de carreira, cargos e salários para todas as profissões da Saúde da Prefeitura de Porto Alegre. É lógico, companheiras e companheiros, que precisamos dar abono para todos os trabalhadores da área da Saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, técnicos, etc., etc. É lógico que a população precisa ter o médico lá no posto de saúde; a gente sabe como é duro ficar horas, dias, para conseguir uma consulta nas especialidades da nossa Capital, sabemos da tristeza das mães que têm filho doente e que, muitas vezes, não conseguem o medicamento na Rede Pública da cidade de Porto Alegre.

Mas, enquanto estamos divididos, quem está ganhando é a Prefeitura. Está ganhando porque não quer dar abono para os médicos, porque não quer dar abono para os enfermeiros, porque não quer plano de cargos e salários, porque não quer a CPI para investigar o desvio de dez milhões da Saúde. Digo isso porque até hoje não houve nenhum Projeto de Lei que desse abono para todos os profissionais da Saúde; não houve um avanço no plano de cargos e salários que desse condições de trabalho para todas as profissões; não houve uma política da Prefeitura - anteriormente Fogaça e agora segue com o Prefeito Fortunati - de investigação dos milhões roubados com a terceirização do Programa de Saúde da Família. Foram dez milhões desviados dos cofres de Porto Alegre pelo Instituto Sollus, o que daria para mais vinte equipes na nossa cidade de Porto Alegre. Quando a gente está dividida, eu acho que é mais difícil de ganhar. Nós temos que lutar juntos para que todos tenham uma Saúde de melhor qualidade. A Prefeitura tem que respeitar todos os trabalhadores da Saúde, porque é uma vergonha os salários em Porto Alegre, é uma vergonha os salários dos médicos, é uma vergonha os assistentes sociais não terem ainda a jornada de trabalho reduzida - uma legislação que é federal -, teve que haver uma mobilização ontem na frente do Paço Municipal, na qual eu estive presente, para começar a negociação da Prefeitura com relação aos assistentes sociais. É uma vergonha que esta Câmara Legislativa, que tem obrigação de fiscalizar o Executivo, não tenha feito a Comissão Parlamentar de Inquérito requerida pelo Ver. Pedro Ruas para investigar onde está o dinheiro roubado da Saúde Municipal.

Por isso quero dizer que, enquanto se gastaram, em média, sete milhões em publicidade nos últimos quatro anos, menos de quatro milhões, Ver. João Antonio Dib, foram gastos com a Saúde Municipal. E, para a gente reverter esse quadro, eu acho que vamos ter que lutar muito, vamos ter que lutar muito para que haja respeito, para que haja valorização do serviço público, para que haja, de fato, aquilo que a população de Porto Alegre mais precisa: investimento na Saúde, na Educação e na Cultura.

Nós do PSOL, que já estivemos em muitas mobilizações da nossa Cidade, queremos dizer que a gente conquista lutando juntos, não colocando uma categoria contra a outra, tentando fazer com que os trabalhadores - que são todos trabalhadores iguais - se desentendam, enquanto que a Prefeitura está fazendo de tudo para que nenhum Projeto que beneficie os municipários seja votado nesta Casa. Eu fiz uma Emenda, quero dizer aos meus amigos municipários, estendendo o abono a todos os servidores do quadro de Porto Alegre. Nós temos que ir lá para a frente da Prefeitura, todos nós! Todos nós porque...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Presidente, já falei com a Verª Fernanda e quero dizer aqui, publicamente, que sou favorável ao abono proporcional para todos os servidores.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Não havendo mais inscritos, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h16min.)

 

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